terça-feira, 10 de dezembro de 2013

                                        De retalho em Retalho                                        De retalho em Retalho

Durante minha infância, adolescência, juventude, vi meu pai a molhar tecidos, pendurá-los nos varais, e depois levá-los a alfaiataria onde confeccionava, camisas, calças, toda vestimenta masculina e  feminina.
Uma vez perguntei-lhe o por quê de molhar os panos vindos das lojas, uma vez que eles estavam limpinhos, ele me deu uma breve explicação. Os tecidos viam das tecelagens com muita goma, então havia necessidade de uma primeira molhada, para que quando fosse feita a roupa ela não encolhesse.
Depois dos trajes confeccionados, sobravam retalhos, muitos retalhos, os quais minha mãe os vendia para as vizinhas que faziam daqueles pedaços de tecidos, muitas colchas, fronhas, fuxicos, era realmente um aproveitar de todo e qualquer minúsculo pano que sobrava dos tecidos cortados.
O trabalho destas verdadeiras artesãs, ficava muito bonito, muitas das vizinhas  vendiam e tinham seus lucros, depois acertavam com minha mãe, o valor que ficavam devendo, as vezes, nem ficavam, já pagavam quando da compra dos retalhos.
Os minúsculos panos eram reaproveitados, isto há mais de trinta anos  já se fazia reciclagem, sem nenhuma informação.
Tudo era  reaproveitável.  Lembro-me também que meu avô tinha uma bela horta em seu quintal, junto a um pomar, onde lá mesmo ele fazia adubo orgânico, deixando sua horta com  uma aparência muito saudável, e também as  árvores frutíferas, época que tudo era fartura.
 Num piscar de olhos,( passou tão rápido,) hoje me vejo  na casa dos sessenta anos e me pergunto, o que é a vida senão uma colcha de retalhos?
De menina a minha idade atual, fui juntando retalhos da vida,  do cotidiano, do palavreado da humanidade, dos politiqueiros, dos farristas , dos irresponsáveis dos de boas índoles, daqueles que ainda não encontraram o motivo de sua vinda a esta dimensão.
Você pode não acreditar, mas de minha mente saem  contos e crônicas, que você que está lendo esta crônica, irá se identificar, pois não existe nenhum daqueles retalhos relatados que não sejam baseados na vida.
Tudo eu captei como uma esponja, que agora se espreme, saindo de dentro dela histórias, de todos os tamanhos, de todas as cores de todas as dimensões, e através destes retalhos fiz um livro de crônicas e contos.
Tudo parece muito simples, se pensar bem é, um paninho daqui outro de lá, de seda, de lã, outro de flanela,tergal, malha, uma palavra  triste, outra alegre, um sorriso maroto, outro sincero, são sinônimos de retalhos, que como mágica juntei, alinhavei , costurei, agora ofereço a , meus caros leitores,  uma enorme colcha de retalhos que vocês, vão se deliciar em uma leitura que os prenderá. Pois apesar de  fatos corriqueiros, são historias que às vezes a gente acha que não acontece, é uma reunião de fuxicos, feitos de tiras de todas as cores e tamanhos que irão fazer  você viajar numa tarde de sábado a beira, de um rio qualquer, ou  na praia, ou quem sabe a beira do rio Tiete!
Estou lhe comunicando que dia 13/12/2013. Lançarei no MAAP(secretaria da Cultura) o meu primeiro livro que se chama “de Retalho em Retalho”as 20hs, gostaria muito caro leitor que me le, de vez em quando, aqui neste soletrando,que comparecesse.
Sua presença será a complementação deste evento e o alicerce da minha plenitude.
Estou publicando este livro graças a um projeto realizado com o apoio do Governo do Município de Araçatuba, Secretaria Municipal de Cultura- Fundo Municipal de Apoio à cultura-Conselho municipal de Políticas Culturais-Programa de Fomento a Cultura – 2013.
Marianice Paupitz Nucera – coordenadora do Grupo Experimental  da Academia Araçatubense de Araçatuba  e Membro da UBE (União Brasileira de escritores)


Durante minha infância, adolescência, juventude, vi meu pai a molhar tecidos, pendurá-los nos varais, e depois levá-los a alfaiataria onde confeccionava, camisas, calças, toda vestimenta masculina e  feminina.
Uma vez perguntei-lhe o por quê de molhar os panos vindos das lojas, uma vez que eles estavam limpinhos, ele me deu uma breve explicação. Os tecidos viam das tecelagens com muita goma, então havia necessidade de uma primeira molhada, para que quando fosse feita a roupa ela não encolhesse.
Depois dos trajes confeccionados, sobravam retalhos, muitos retalhos, os quais minha mãe os vendia para as vizinhas que faziam daqueles pedaços de tecidos, muitas colchas, fronhas, fuxicos, era realmente um aproveitar de todo e qualquer minúsculo pano que sobrava dos tecidos cortados.
O trabalho destas verdadeiras artesãs, ficava muito bonito, muitas das vizinhas  vendiam e tinham seus lucros, depois acertavam com minha mãe, o valor que ficavam devendo, as vezes, nem ficavam, já pagavam quando da compra dos retalhos.
Os minúsculos panos eram reaproveitados, isto há mais de trinta anos  já se fazia reciclagem, sem nenhuma informação.
Tudo era  reaproveitável.  Lembro-me também que meu avô tinha uma bela horta em seu quintal, junto a um pomar, onde lá mesmo ele fazia adubo orgânico, deixando sua horta com  uma aparência muito saudável, e também as  árvores frutíferas, época que tudo era fartura.
 Num piscar de olhos,( passou tão rápido,) hoje me vejo  na casa dos sessenta anos e me pergunto, o que é a vida senão uma colcha de retalhos?
De menina a minha idade atual, fui juntando retalhos da vida,  do cotidiano, do palavreado da humanidade, dos politiqueiros, dos farristas , dos irresponsáveis dos de boas índoles, daqueles que ainda não encontraram o motivo de sua vinda a esta dimensão.
Você pode não acreditar, mas de minha mente saem  contos e crônicas, que você que está lendo esta crônica, irá se identificar, pois não existe nenhum daqueles retalhos relatados que não sejam baseados na vida.
Tudo eu captei como uma esponja, que agora se espreme, saindo de dentro dela histórias, de todos os tamanhos, de todas as cores de todas as dimensões, e através destes retalhos fiz um livro de crônicas e contos.
Tudo parece muito simples, se pensar bem é, um paninho daqui outro de lá, de seda, de lã, outro de flanela,tergal, malha, uma palavra  triste, outra alegre, um sorriso maroto, outro sincero, são sinônimos de retalhos, que como mágica juntei, alinhavei , costurei, agora ofereço a , meus caros leitores,  uma enorme colcha de retalhos que vocês, vão se deliciar em uma leitura que os prenderá. Pois apesar de  fatos corriqueiros, são historias que às vezes a gente acha que não acontece, é uma reunião de fuxicos, feitos de tiras de todas as cores e tamanhos que irão fazer  você viajar numa tarde de sábado a beira, de um rio qualquer, ou  na praia, ou quem sabe a beira do rio Tiete!
Estou lhe comunicando que dia 13/12/2013. Lançarei no MAAP(secretaria da Cultura) o meu primeiro livro que se chama “de Retalho em Retalho”as 20hs, gostaria muito caro leitor que me le, de vez em quando, aqui neste soletrando,que comparecesse.
Sua presença será a complementação deste evento e o alicerce da minha plenitude.
Estou publicando este livro graças a um projeto realizado com o apoio do Governo do Município de Araçatuba, Secretaria Municipal de Cultura- Fundo Municipal de Apoio à cultura-Conselho municipal de Políticas Culturais-Programa de Fomento a Cultura – 2013.
Marianice Paupitz Nucera – coordenadora do Grupo Experimental  da Academia Araçatubense de Araçatuba  e Membro da UBE (União Brasileira de escritores)

domingo, 17 de novembro de 2013


A noiva

É um dia de festa para toda família, reunida num ritual comum.
Como todo casal pensa, foram feitos um para outro, até quando? Não se sabe.
No momento tudo é alegria e também alegoria.
É a festa, a lágrima, o riso, tudo muito lindo como as fotos coloridas.
Os noivos, os padrinhos, as damas de honra, a marcha nupcial, tudo é emoção...sair da igreja...
A caminho da praça onde se tiram fotos...
O casal, um olhando nos olhos do outro, as mãos entrelaçadas, alegria presente. Os flaxes brilham de um lado ao outro.
Reflexos que saltam das máquinas fotográficas.
Aos olhos mais incrédulos, não passam de relâmpagos , anunciando uma tremente tempestade.
O casamento, a ilusão ou o sonho, o filho já no ventre.
A moça de branco parece uma rainha, o noivo de preto, um rei e tudo acontece.
A festa, a despedida a viagem assim se realiza mais um casamento...
A  União de dois seres completamente diferentes.
Num canto qualquer da praça... um homem e uma mulher...

Um do lado, outro do outro, com uma música na cabeça:
_ “ Quem deveria casar com ele (a) era eu sim senhor!”
Solidão

O entardecer vai devagar,
Ouve-se do mar o murmúrio,
Pois sua língua em ondas
Lambe a areia praiana!


Raios solares,
Como corais arborescentes,
Mergulham no horizonte
Borbulhando a paz

A tarde, uma seta,
Que Indica  no fim da reta
uma solidão noturna
de uma alma taciturna


terça-feira, 8 de outubro de 2013



É fome

            Fim de dia. No terminal chega e sai gente. Nos bancos de espera várias pessoas aguardam os ônibus de suas linhas. O dia está sem luminosidade, como se estivesse prestes chover; um lençol de nuvens empana o rei solar, como se o protegesse da translação terrestre. É um dia como outro qualquer. A rotina diária, o chove não molha de pessoas que tentam sobreviver, enfrentando a carestia da época.
            Ouve-se uma buzina: é um dos ônibus que tenta sair, mas quase atropela um pedestre distraído que estava a fazer contas caminhando sem olhar pra frente.
            De repente, um grito, alguém diz:
            _ Segure minha filha, estou passando mal!
           E a criança escorrega de suas mãos, prontamente amparadas por mãos que, rápidas, seguram aquele serzinho, uma menina, de no máximo um ano. Olha-se seu rosto, e se vê que é uma garotinha especial.
            Entre os bancos as pessoas observam o estado lastimoso da jovem. A curiosidade é do tamanho da incoerência humana, é um vai e vem de carros nas ruas paralelas, é a impotência da atitude humana, as pessoas sentem-se amedrontadas, por que será o desmaio?
            A moça volta a si e grita:
            _ Minha filha, eu quero a minha filha!
            E torna a desmaiar. Amparam-na.
            _ É um colapso nervoso? - alguém pergunta. Não houve resposta. A multidão se aglomera, é a curiosidade natural do ser humano.
            A pequenina é um grãozinho de areia no meio daquela gente, mas alguém a segura. Hora de segurar firme, pois podem levá-la, só tem a mãe ali, que no momento se encontra impossibilitada de protegê-la.
            Os responsáveis pelo terminal chamam ambulâncias, mas demoram muito prá chegar; a moça volta novamente a si e torna  a dizer:
            _ Minha filha! Onde está minha filha? – e novamente perde os sentidos. Esta mãe já acordou e desacordou umas oito vezes.
            A espera pelos socorros é angustiante e a multidão começa a se revoltar. Ouvem-se gritos de um lado e de outro.
             _ Por que a ambulância não chega? – e a pergunta fica sem resposta.
            O desespero é total, todos observam a moça que crava suas unhas nas palmas das mãos, dando a impressão de que ela quer segurar algo, para se sentir segura. Continua desmaiada, a criança, um anjo quietinho no colo de uma estranha, não chora, não tem noção da extensão da dor da mamãe. De repente, acorda mais uma vez, pedem a ela o número do telefone de alguém da família, e ela, muito nervosa, consegue pronunciá-lo: é o do celular do marido. Ligam para ele que imediatamente sai da firma onde trabalha como operário e chega ao local dos fatos. Assustado, segura a mão da esposa e a acha fria; pega a bolsa da mulher e a criança. 
            Caminha, como se fosse embora, sua atitude é de quem está transtornado, vendo sua cara metade, ali jogada. Nisso chega a ambulância, e os paramédicos a examinam. A situação da moça é realmente séria. Rapidamente, colocam-na no carro, mas o marido está sem ação, quando alguém diz:
            _ Vai, meu senhor, tem que ir junto, até ao hospital. Ele sente–se impotente, sua mulher, mãe de sua filha, sendo encaminhada para um hospital. A lágrima cai lavando sua alma de trabalhador, e dentro de sua mente nasce um pensamento:
            _ Ela não jantou ontem, e guardou o dinheiro do ônibus, ida e volta para levar a filha à APAE.
            Será que foi a fome? Mais uma pergunta sem resposta.


                                 A  Anciã
A poderosa mente humana, o que se quer, se consegue.
A rotina dela: varrer as folhas que caem das verdes árvores existentes na frente de sua casa.
Todo dia, como diz Chico: “ela faz tudo sempre igual.” Uma senhora de já seus oitenta anos vive ali, naquele bangalô. Ela se sente feliz, pois sabe que seu marido foi até a rua quinze de novembro assentar algumas portas, e voltará para o almoço, ou para o jantar. Este é o seu foco.
A frase é dita para qualquer pessoa que lhe faz a pergunta:     
-A senhora mora sozinha?
- Não, daqui a pouco meu marido chega, ele está lá na rua XV assentando batentes, portas janelas, meu  marido é marceneiro, se quiser algum orçamento deixe o telefone que assim que chegar ligará. A vizinhança muitas vezes pensa é uma maneira de se defender da violência urbana.
Uma tarde do mês de maio, em ano que já vai distante, se fez o casamento deste casal, em um sítio, ela toda vestida da mais linda noiva, viu seu sonho realizar. era o dia de sua união, com seu  primeiro e único amor.
Os pais abençoaram  aquele enlace,acontecido na igrejinha central do sítio onde residiam, ninguém foi contra aquela união, era uma amor de almas gêmeas , portanto deveria ser concretizado.
Muitos anos se passaram, várias bodas foram comemoradas filhos, netos tiveram pais e avós presentes, e também um bisneto teve o privilegio de conhecer os bisavós.
 Alguns senhores sentados `a mesa de um bar que se localiza de fronte a residência da anciã pergunta:
_Como esta senhora mora sozinha nesta casa?
- Mas como sozinha?  _O marido dela está sempre a trabalhar na quinze, aquela rua aqui perto. Ela  me disse isto!
Sabe amigo, há mais de um ano seu cônjuge faleceu, e ela parou no tempo,ou voltou a época ele que ele estava na ativa.
Quando alguém pergunta sobre o marido, ela simplesmente diz:
_ Ele está trabalhando...! Já , já chegará para o almoço...
Marianice Paupitz Nucera (Coordenadora do Grupo Experimental da AAL) faz parte da UBE

Não  há  resposta.                 

                                                 Morreu. Naquela  tarde ele se entremeou com as nuvens e lentamente  desfaleceu no horizonte, que durante todo o dia fora de um azul esplendoroso. Todo dia ele faz isto. E no dia seguinte ressuscita como a um   santo! Ah! Sol!
                                                 É,  logo a seguir  o breu da noite toma conta de toda  atmosfera. O ritual é  normal, a rotina do dia e noite, da luz e  treva. Tudo se repete diuturnamente.
                                                 A presença da vida em toda a natureza é uma dádiva que se tem a cada amanhecer, a cada abertura da nossa cortina a pálpebra.  Às vezes olha-se, mas não enxerga. Esta é a pressa da humanidade,, para  chegar a lugar nenhum!.  
                                                 A atitude de dar passos, pequenos passos ao caminhar é de uma beleza indescritível, o olhar que enxerga a cadencia ritmada  da sonoridade da vida em festa,  é a presença da felicidade.
                                                Os sons que os ouvidos captam  tornam-se uma orquestra, seguindo inconsciente a batuta do maestro natureza. O tatear das mãos a procura de um devaneio, acariciando  a pétala daquela rosa amarela, é que torna a vida bela.
                                                Não se diz satisfeito aquele que o bem material não tem, foi imposto ao ser humano que a felicidade é estar em casas confortáveis e carros zeros, valores impostos. Claro, que  um belo e confortável imóvel só nos trará alegria, alem de um meio locomotivo de ultima geração, mas será que estes são sinônimos de felicidade?
                                                Esta  é a minha fala, não de um ser triste, muito menos de alguém, que só visa lucro, é que muitas vezes nos deparamos com histórias incrivelmente irreais, isto é pensamos que e impossível acontecer neste mundo de Deus.
                                                Veja você, tudo aconteceu da noite pro dia, amanhece. Todos se encaminham para os seus afazeres rotineiros, escola, trabalhos, empregos enfim nada de novo. O menino volta da escola de carona, com um pai de um colega, que pergunta ao chegar:
                                               _Quer que toque a campainha?
                                               _ Não, eles, meus pais, estão dormindo.
                                              O pai do amigo se retira e vai pra casa.
                                               Daqui a algumas horas, noticias nos jornais televisivos “Encontrados mortos casal de policiais, vó,tia e garoto” as evidencias   apontam como assassino, o garoto de treze anos, que se suicidou”
                                               Tios, parentes próximos, se recolhem  por não ver naquele garotinho um assassino em potencial. Não é possível que meu sobrinho, meu sangue, faria tamanha atrocidade.
                                              Vários fatos vem à  tona, como a doença do garoto, o aprendizado com o pai em atirar, mas e os bilhetes que demonstram tanto carinho à figura paterna.. A pergunta que não quer calar:
                                                                                              Mas, o que acontece nos dias de hoje com a humanidade, sempre fatos horrendos vem acontecendo como neto que o avô é o  pai,  mãe que mata filho, cuidador que tortura idosos, assaltantes que não respeitam ninguém, é muito terrorismo .Por que   tanta violência? O que falta para que os homens se deem as mãos e  vivam em um mundo de paz, desde dentro de nossas casas, até a mais remota montanha do planeta?

                                           Não há resposta, as investigações ainda não são totalmente conclusivas. Talvez  ainda vão encontrar o verdadeiro assassino. Será?
                                          

Mas, o que acontece nos dias de hoje com a humanidade, sempre fatos horrendos vem acontecendo como neto que o avô é o  pai,  mãe que mata filho, cuidador que tortura idosos, assaltantes que não respeitam ninguém, é muito terrorismo .Por que   tanta violência? O que falta para que os homens se dêem as mãos e  vivam em um mundo de paz, desde dentro de nossas casas, até a mais remota montanha do planeta?




Melancolia




Os olhos de um brilho,

Como do trem, o trilho;

Tinha aquela boneca,

Que a menina

Ganhou do tio careca.



Quando o trem fez a curva

Ela caiu da janela,


Deixando a tristeza nela


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Estou fazendo um apanhado do que de bom, fiz para a literatura, venci vários concursos literários, como por exemplo, entre 5.000 candidatos em concurso de Porto seguro Seguro(Bahia) fiquei entre os 180 classificados em 2008 o 2009 não me lembro a data precisa (concurso de Contos) fui vencedora de Concurso de Poesia Osmair Zanardi dois anos seguidos, e agora com alegria venci também no Mapa cultural Paulista em poesia e conto, na fase municial, escrevo desde os quinze anos, nao pude me dedicar muito durante 24 anos pois passei em um concurso publico da UNESP, onde fiquei durante 6 anos, até prestar outro concurso Federal , e fui trabalhar como Auxiliar administativo em banco Oficial Caixa Economica Federal, como todo bancário sabe, trabalhar em banco é dedicação exclusiva. Nunca parei de escrever, mas não me dediquei o suficiente, so a alguns anos atras me aposentei e faço o possivel para me dedicar às letras, e amo o que faço.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Noticia em primeira mão!

Caros amigos e seguidores,
acabei de receber uma boa noticia:

Fui classificada em primeiro lugar no Mapa cultural Paulista/fase regional/ com o poema
Melancolia e o
conto
A egoista.
assim que for possivel colocarei no Blog os dois textos.
estou muito feliz!
Continuem me seguindo
beijão

05/7/2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

                       



                               Dia do Poeta


  P lanta n'alma a plenitude
  O mite o sofrimento
  e m vão, transformando-o em poema.
  T ira da tênue vida
  A dúvida do por quê ?

21/03/2013

     

Esquecida

 

Caminhando, a passos lentos numa praia de areia alva, avisto  assim de repente uma linda flor colorida.

A rosa ali solitária, como um diamante que brilha ao sol, leva lambadas do vento que do mar  vem em brisas, beijando as pétalas daquele ser em coma.

Sem acaso ou por acaso, alguém ali a colocou, oferecendo-a à iemanjá, ou talvez por um descuido caiu de alguma mão,  que a havia recebido como prova de uma grande amor.

São conjecturas, que a mente da gente martela, são suposições que nosso coração enreda.

Continuo ali parado, e sinto  o aroma  daquela rosa, que se  esvai, à aquele corpo já não pertence, foge prá não junto com ele fenecer.

Vejo-me agora sentado junto a tão pequena flor, observo mais e mais e percebo que as folhas  já murchas estão; dizem adeus, saindo de mãos dadas com as pétalas coloridas, fugindo daquela tristeza, não vendo então seu triste fim.

As ondas num vai e vem tenta levar para o fundo do mar o que resta da moribunda.

O pensamento voa, e penso muito além: Uma rosa que muito evento ornamentou, que muito amante ofereceu, a flor que enfeita do nascimento a morte, está agora neste momento assistindo seu triste fim.

Que ironia! Sem nada a lhe homenagear.

Ou em reflexão chego a conclusão que o mar é neste momento seu maior admirador.!

 

Marianice Paupitz Nucera

domingo, 23 de junho de 2013

O vício


A bicicleta vai devagar, um ser a dirige, como em alfa, parece levitar, o trânsito está um caos, mas o ciclista não entra naquele movimento, sua alma esta enlevada, esta é a impressão que passa.
Rapidamente, uma moto o ultrapassa, um ônibus, um carro, enfim, todos os veículos que costumam transitar por aquela avenida e, ele, introspectivo, não se envolve com o horário de pico.
O sol desponta-se no horizonte longínquo, iluminando aquela manhã, seus raios são verdadeiros fios de ouro, que como colares ornamentam o amanhecer caótico.

A bicicleta segue seu caminho, seus pneus tesos, sua corrente aguenta as pedaladas de um ser que visivelmente está completamente alienado, parece que alguém o conduz, tal é a sua indiferença a todo aquele movimento.

De repente, uma ambulância pedindo passagem, ele continua a sua peregrinação, apenas se afasta, como todos os carros, para dar passagem à transportadora de enfermos, suas pernas continuam a pedalar, agora chega a uma elevação que mais parece uma montanha, mas ele, firme, a transpõe.

Atravessa várias ruas que transversalmente cruzam a avenida , o suor em seu rosto brota, mas ele não percebe nada.

Passa um bairro, outro e mas outro, o trânsito diminui, o horário de pico também,e ele, com todo seu vigor, continua seu caminho.

Mais concentrado ainda, segue. Aquela pessoa franzina, cabelos negros que teimam em sair debaixo do boné surrado, suas botas de peão de construção civil gastas, a blusa de frio já surrada, barba por fazer, seu destino deveria ser uma construção.

É o que deduzem, mas num repente, ele sai da avenida e pega uma estrada vicinal. toda de terra, não há sombra de asfalto, mas a estrada está deserta, apenas algum gado pastando a sua beira. continua a sua jornada, para ele não interessa nada que ao redor está, quer chegar ao seu destino, logo de manhã  o mais urgente possível. Sua meta é chegar e chegar.

De repente, uma porteira se abre, ele continua a pedalar, até que alguém o recebe, ele muito rapidamente se acomoda nos fundos daquela casa de sapê, uma residencia rústica, campestre, alguém lhe traz algo que ele ansiosamente toma nas mãos, com um gesto rápido tira do bolso um isqueiro, acendendo aquele CACHIMBO DE  CRACK.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

A inconsciente.

                                                 
Por Marianice Paupitz Nucera


                                  
 Inicio de semana, segunda feira, o tráfego  dos carros é pasmoso; nas calçadas crianças,  se acotovelando. É o quarteirão da escola, bicicletas, motos, tudo numa corrida incessante, o horário está em cima, tudo tem que ser muito rápido, todos decidiram sair de casa na mesma hora, é o rush, o pico, a insensatez da competição. De um jeito ou de outro se chega onde se quer. Um grupo de idosos caminha em uma calçada felizes da vida,  estão se dirigindo a um supermercado onde acontece à ginástica do Bem Estar, estão se prevenindo para uma velhice feliz.
                                  Naquela manhã, de tudo se vê, gente, cachorros.
                                  É o contraste da rotina diária, a felicidade por se estar fazendo o que se gosta (os idosos) e o resto da humanidade,  naquele momento,  a procura de um lugar ao sol. Ouve-se um grito:
                               -Creio em ti! Uma voz rouca  emerge de uma boca louca, de alguém que caminha  na ruidosa avenida;  ela vem como se não visse nada. Seu sorriso é inexistente, sua tez é alienada, não dá para notar naquele rosto nenhum sinal de sentimento.
                               É uma máquina andante, um robô cibernético, uma visão tenebrosa. Não se altera, quando os transeuntes a olham espantados.
            De onde surgiu aquela alma, sem definição, sem perspectiva sem destino, o que a torna tão ausente da humanidade?
                               Que humanidade é esta? Nada a faz parar, de chumbo são seus passos lentos, seu olhar não tem destino certo, é um piscar constante. Sua cabeça é como um carrossel descontrolado que gira sem noção.

                               Os braços caídos ao longo dos ombros são enormes e pesados, os longos cabelos sem uma cor definida esvoaçam com a lambida do vento.
                                Seus pequenos pés, de longe delicados, se arrastam como a puxar ou carregar algumas toneladas de desamor.
                                Quem é? De onde surgiu ou saiu tão indecifrável criatura?
                                A caminhada continua, ela não sente a presença dos carros que buzinam para evitar um atropelamento, pois ela atravessa a avenida, como se a mesma fosse deserta.
                                Ninguém se atreve a chegar até ela, pois aos olhos mundanos vê-se que está envolta por uma redoma.
                                Não há o que falar os olhos do povo que passa apenas olham e se angustiam , por nada poder fazer; é um fardo andante. Sem rumo, sem eira, nem se sabe se procura uma beira.
                    A avenida foi atravessada pela misteriosa transeunte, seus olhos frios se fixam em uma catedral da praça que surge no final da rua.
                    Para, olha para o nada, se descabela,  se joga ao chão, agora afloram os sentimentos engolidos durante quem sabe uma vida toda, e num gesto tresloucado, levanta do quente chão,  sai a correr entrando na igreja, não porque iria para  lá, mas ali entrou porque a porta estava aberta.
                    Ajoelha-se em um dos bancos, continua com o frio olhar para o nada,  vira a cabeça de um lado para o outro,  tira do seio branco e grita:
-Creio em ti!  E em seguida enxuga as lágrimas que lhe encharcam o negro rosto!