A Anciã
A poderosa mente
humana, o que se quer, se consegue.
A rotina dela: varrer
as folhas que caem das verdes árvores existentes na frente de sua casa.
Todo dia, como diz
Chico: “ela faz tudo sempre igual.” Uma senhora de já seus oitenta anos vive
ali, naquele bangalô. Ela se sente feliz, pois sabe que seu marido foi até a
rua quinze de novembro assentar algumas portas, e voltará para o almoço, ou
para o jantar. Este é o seu foco.
A frase é dita para
qualquer pessoa que lhe faz a pergunta:
-A senhora mora
sozinha?
- Não, daqui a pouco
meu marido chega, ele está lá na rua XV assentando batentes, portas janelas, meu
marido é marceneiro, se quiser algum
orçamento deixe o telefone que assim que chegar ligará. A vizinhança muitas
vezes pensa é uma maneira de se defender da violência urbana.
Uma tarde do mês de
maio, em ano que já vai distante, se fez o casamento deste casal, em um sítio,
ela toda vestida da mais linda noiva, viu seu sonho realizar. era o dia de sua
união, com seu primeiro e único amor.
Os pais abençoaram aquele enlace,acontecido na igrejinha central
do sítio onde residiam, ninguém foi contra aquela união, era uma amor de almas
gêmeas , portanto deveria ser concretizado.
Muitos anos se
passaram, várias bodas foram comemoradas filhos, netos tiveram pais e avós
presentes, e também um bisneto teve o privilegio de conhecer os bisavós.
Alguns senhores sentados `a mesa de um bar que
se localiza de fronte a residência da anciã pergunta:
_Como esta senhora mora
sozinha nesta casa?
- Mas como
sozinha? _O marido dela está sempre a
trabalhar na quinze, aquela rua aqui perto. Ela
me disse isto!
Sabe amigo, há mais de
um ano seu cônjuge faleceu, e ela parou no tempo,ou voltou a época ele que ele
estava na ativa.
Quando alguém pergunta
sobre o marido, ela simplesmente diz:
_ Ele está
trabalhando...! Já , já chegará para o almoço...
Marianice Paupitz
Nucera (Coordenadora do Grupo Experimental da AAL) faz parte da UBE
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