sábado, 17 de março de 2012

A rua

           A Rua

 Buscando realizar sonhos,
 E não apenas comê-los,
 em balcões de padaria;
 atingindo a maior  idade,
 da minha terra parti.

 Atravessei  planaltos,
 Planícies e mares.
 Viajei pelos ares

Foram, tantas, idas e voltas,
Que um dia me cansaram.
 E hoje cá estou,
 A observar tudo e todos.

Uma rua que existe,
Perto da minha casa,
Não é a rua da frente,
É aquela    do lado.

Ali passei minha infância
A rua é rente a  fazenda
Onde existem  várias árvores
Uma densa selva verde

Rua Francisco de Alencar Rocha
 É o nome de um bombeiro
Que ali homenageado foi,
Por um ato heróico feito.
A vista é como a deixei
Uma fina terra vermelha,
Quando chove se assemelha
                                               A  um  grande favo de abelha.

O progresso  a ignora.
E a poeira quando venta
 É  aquela mesma de sempre

Antes, quando eu criança,
Ela era uma rua feliz
Tinha muita  esperança
Do vestido negro vestir.

Suas amigas todas vizinhas
Vestiram o pretinho  básico
Sem perceberem que a ruazinha
Passou a vida toda, nuazinha!

Marianice

7 comentários:

  1. Mas não é melhor viver nua, como a natureza a fez, do que com um basiquinho todo rasgado?
    Barbaridade....
    Tomara que ela continue assim, senão não virará mais poesia, mas paráfrase.

    Bonito!

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  2. Verdade, tem razão, mas ela não pensa assim, tanto é que ainda lhe resta a esperança, apesar de tanto engano.
    marianice

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  3. Marianice, blogueira! Luz e produções incessantes! Parabéns e bjnhs

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  4. Marianice, peço licença para discordar do seu ponto de vista sobre a sua Rua poetizada.Querer que a Rua , esta sua Rua nativa, tenha esperança de um dia ser asfaltada é matá-la no ninho.
    Isso não é esperança, perdoe-me, mas pessimismo e engano.

    Por que transformar a verdadeira, a única especial que sobrevive às regras e às exigência da massa, em algo comum (feito as amiguinhs vizinhas), que se sujeitará às calúnias e difamações.

    Ser Rua de terra é ser original na sua poesia. Ela era feliz porque havia a sua criança brincando nela. não porque queria vestido preto, repetido em todas as ruas que cresceram deixando morrer sobre elas a liberdade da criança.

    Ela quer ser Rua de terra. E que essa esperança ninguém lha tire e que ninguém substitua a identidade dela : "RUA DE TERRA".

    Tomara que ele passe a existir assim,nua, sem b asiquinho de baixa qualidade, para que nenhuma lembrança finalize sem poesia.

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  5. Minha querida, sabe porque quero que ela receba o asfalto, porque ela passa aqui do lado de minha casa e a poeira, não deixa minha casa limpa, e quando chove meu amor acaba todo o romantismo,e, eu o tempo que fico limpando eu gostaria de estar escrevendo,entendeu Rita.Teria muito mais tempo a dedicar as escritas, se a rua de minha infancia fosse um dia asfaltada, mesmo sendo isto uma exigencia da massa.
    beijos Rita, gosto muito de voce e de seus comentarios
    abraços
    marianice

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  6. Caramba! No meu primeiro comentário não era 'paráfrase', mas 'paródia' que eu pretendia escrever.Valeu!

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