A Rua
Buscando realizar sonhos,
E não apenas comê-los,
em balcões de padaria;
atingindo a maior idade,
da minha terra parti.
Atravessei planaltos,
Planícies e mares.
Viajei pelos ares
Foram, tantas, idas e voltas,
Que um dia me cansaram.
E hoje cá estou,
A observar tudo e todos.
Uma rua que existe,
Perto da minha casa,
Não é a rua da frente,
É aquela lá do lado.
Ali passei minha infância
A rua é rente a fazenda
Onde existem várias árvores
Uma densa selva verde
Rua Francisco de Alencar Rocha
É o nome de um bombeiro
Que ali homenageado foi,
Por um ato heróico feito.
A vista é como a deixei
Uma fina terra vermelha,
Quando chove se assemelha
A um grande favo de abelha.
O progresso a ignora.
E a poeira quando venta
É aquela mesma de sempre
Antes, quando eu criança,
Ela era uma rua feliz
Tinha muita esperança
Do vestido negro vestir.
Suas amigas todas vizinhas
Vestiram o pretinho básico
Sem perceberem que a ruazinha
Passou a vida toda, nuazinha!
Marianice
Mas não é melhor viver nua, como a natureza a fez, do que com um basiquinho todo rasgado?
ResponderExcluirBarbaridade....
Tomara que ela continue assim, senão não virará mais poesia, mas paráfrase.
Bonito!
Colcha de retalhos...
ExcluirVerdade, tem razão, mas ela não pensa assim, tanto é que ainda lhe resta a esperança, apesar de tanto engano.
ResponderExcluirmarianice
Marianice, blogueira! Luz e produções incessantes! Parabéns e bjnhs
ResponderExcluirMarianice, peço licença para discordar do seu ponto de vista sobre a sua Rua poetizada.Querer que a Rua , esta sua Rua nativa, tenha esperança de um dia ser asfaltada é matá-la no ninho.
ResponderExcluirIsso não é esperança, perdoe-me, mas pessimismo e engano.
Por que transformar a verdadeira, a única especial que sobrevive às regras e às exigência da massa, em algo comum (feito as amiguinhs vizinhas), que se sujeitará às calúnias e difamações.
Ser Rua de terra é ser original na sua poesia. Ela era feliz porque havia a sua criança brincando nela. não porque queria vestido preto, repetido em todas as ruas que cresceram deixando morrer sobre elas a liberdade da criança.
Ela quer ser Rua de terra. E que essa esperança ninguém lha tire e que ninguém substitua a identidade dela : "RUA DE TERRA".
Tomara que ele passe a existir assim,nua, sem b asiquinho de baixa qualidade, para que nenhuma lembrança finalize sem poesia.
Minha querida, sabe porque quero que ela receba o asfalto, porque ela passa aqui do lado de minha casa e a poeira, não deixa minha casa limpa, e quando chove meu amor acaba todo o romantismo,e, eu o tempo que fico limpando eu gostaria de estar escrevendo,entendeu Rita.Teria muito mais tempo a dedicar as escritas, se a rua de minha infancia fosse um dia asfaltada, mesmo sendo isto uma exigencia da massa.
ResponderExcluirbeijos Rita, gosto muito de voce e de seus comentarios
abraços
marianice
Caramba! No meu primeiro comentário não era 'paráfrase', mas 'paródia' que eu pretendia escrever.Valeu!
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