quinta-feira, 22 de março de 2012

LEALDADE

O cão daquela casa estava todo tristonho, parecia que sabia o que estava por acontecer, teve premunições diriam os mais crentes, como estava depressivo.
O sol que sempre lhe fazia companhia, se escondeu atrás das negras nuvens. Tudo estava muito tétrico.
Era silêncio naquele habitar, um carro na garagem, os jornais no alpendre.
De repente chega alguém, bate palmas. O cachorro ouvindo-as, não late.
O cão doméstico, sempre avisa o dono, quando chega alguém.
Mais palmas, interfone e, nada. Ninguém atende, ou aparece.
O animal se contem. Tudo é sepulcral.
O jardim mal cuidado demonstra ausência. Mudaram? Viajaram? Mas, e o carro?
É do ano! Teriam ido com ele. Estranho por que o cãozinho não late?
A pessoa no portão insiste, mais uma vez com palmas, mas ninguém aparece.
Entrar? Não há como. É invasão de domicilio.
Cansado de insistir, retira-se.
Em segundos, o Rex late, a porta se abre, os jornais são recolhidos, o carro sai. E lá de dentro ouve-se uma voz:
- E aí ele se foi?
- Foi pai, o Oficial de Justiça já foi.
Marianice

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